quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A piada, o politicamente correcto e os queixinhas

Por muito mau serviço que este senhor possa ter prestado na EPUL, há um lado sinistro e mesquinho em despedirem-no por ter enviado um e-mail com uma piada.

Por muito que ele possa ser um daqueles funcionários públicos que detestamos por não fazerem nenhum e ganharem um balúrdio, o facto de a empresa andar a bisbilhotar os e-mails dos empregados ou, pior ainda, alguém ter funcionado como o queixinhas, é ao mesmo tempo preocupante e ridículo.

São comuns estas maneiras idiotas de despedir um indesejável. As razões fulcrais, a incompetência ou o facto de não ser adequado para a função ficam esquecidas. Raramente as encontramos nas notas de culpa cozinhadas pelos advogados.

O patuá legal e politicamente correcto empregue neste caso é de uma hipocrisia sufocante. A ser aplicado à letra faria (já fez? está a fazer?) de todos nós um bando de chatos, demasiado sérios, com o medo cravado na mente, a ansiedade de não dizer algo errado, a criatividade espartilhada por volumes de normas, de coisas que não podemos dizer ou fazer.

Ah, a piada.

Uma foto do Barrack Obama com a legenda: Não vote em branco.

O quadro superior da EPUL terá acrescentado: "Mas ainda se lixam que o vão ter como presidente"

É um estranho mundo este.