sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A décima primeira hora, do décimo primeiro dia, do décimo primeiro mês



Para além do lado curioso que a data adquiriu, este ano, não esquecemos o significado maior que encerra a décima primeira hora, do décimo primeiro dia, do décimo primeiro mês.

Nesse preciso momento, em 1918, o silêncio caiu ao longo de uma linha que se estendia desde a costa belga, perto de Nieuport, até à fronteira suíça. Tinham passado mais de quatro anos desde que as armas se fizeram ouvir na Europa.

Nomes como Ypres, Loos, Verdun, Passchendaele, Somme, Chemin des Dames, Neuve Chapelle, Messines, Vimy Ridge, La Lys, Cambrai, Arras ou Belleau Wood, passaram a evocar linhas de homens a avançarem curvados na direcção de granadas de artilharia e balas de metralhadora, ou enterrados em buracos infectos. Vítimas de uma guerra do século XX travada com a mentalidade e as tácticas do século XIX.

Esquecer a nossa história é tão perigoso como falhar a compreensão do presente. Por isso, convém relembrar que o armistício entrou em vigor às onze horas do dia onze de Novembro de 1918. O interlúdio para um segundo conflito que surgiria vinte anos depois, rasgado a ódio e vingança nas cicatrizes mal curadas do primeiro.