Este coiso aborda essencialmente nada em especial. É rigorosamente imprevisível. Inclui diversas referências ao nicles absoluto e contém níveis elevados de parvoíce. Em dias bons pode encontrar por aqui alguns textos medianamente interessantes sobre cinema, televisão, cultura popular e marketing.
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quinta-feira, 29 de dezembro de 2005
A Cerveja Perfeita de Jimmy Dean
Bolas Jimmy Dean! Como está fria a tua cerveja.
Aos dez e oito dias do terceiro mês da quinta encarnação do senhor, abri o frigorífico e dei de caras com a cerveja fria de Jimmy Dean. Abanei a cabeça e pestanejei uma série de vezes, boquiaberto como um camaleão asmático.
Meio mundo anda atrás desta relíquia, tão ou mais desejada do que o Sudário dito santo ou que o ossinho da clavícula do Loyola que também era santinho.
Fechei o frigorífico e, com cara de menina tímida, encostei as costas à porta com as mãos ao longo do corpo e dei largas ao meu pânico: se a cerveja fria de Jimmy Dean estava ali, isso queria dizer que alguém a tinha posto lá. Quem?
Os intestinos deram uma volta completa dentro da minha barriga e o marinheiro hábil que vivia dentro de mim nos meses de Verão deu mais vinte nós no meu estômago.
Dez minutos mais tarde olhava de novo para a cerveja sempre gelada de Jimmy Dean. A cerveja perfeita, a que refrescava qualquer sala com sua presença, o Verão Perfeito como alguns lhe chamavam, irradiava frescura e causava-me sede, a mim, como a tantos outros em tempos passados, desde que Jimmy Dean tirou aquela cerveja à pressão e a ofereceu a um amigo antes de se ir estampar no seu Porsche branco.
O copo alto era perfeitamente vulgar. O que tornava aquela visão inesquecível era o fresco à sua volta que se impunha como um rei ao passar pelos seus súbditos, o gás que subia pelo copo sem nunca parar, a espuma sempre perfeita, coroando o conjunto.