
Primeiro peço desculpa por meter aqui um link para aquela coisa que pretende ser a versão online do Diário de Notícias. Aquilo é feio, mal feito e não se parece com nada, mas a notícia está lá.
Depois do verdadeiro artista Geldof-o-desbocado ter dito que Angola é governada por criminosos, a resposta dos nossos amigos angolanos foi célere. O Jornal de Angola (também não queiram fazer um site em condições que não vale a pena) carregou a caçadeira online de doses extras de verborreia e disparou sem apontar.
Em quem é que acertaram? Entre algumas chumbadas de menor importância no país em geral, os impactos directos foram direitinhos para a família Soares, jornal Público e programa O Eixo do Mal.
Não tenho boa opinião do clã Soares e acho o Eixo do Mal um exercício de soberba e masturbação intelectual irritante, infelizmente muito comum nas elites do reino. O Público até é fixe, se descontarmos o facto de não ter revisores de texto.
Embirrações à parte, voltamos sempre à velha história: aqui, os Soares exprimem livremente as suas opiniões e os comentadores do programa da Sic Noticias não são presos por proferirem aquelas barbaridades com ar blazé e levemente entediado.
Em Angola, por seu turno, não existe democracia, a corrupção faz o Apito Doirado (olá Frei Hermano da Câmara) parecer um esquema de rifas de quermesse e os líderes, Zé Du e família na dianteira, enriqueceram à custa de desvios de dinheiros públicos, luvas e sabe-se mais o quê. Luanda é uma cidade caríssima, onde convivem os muito ricos com os musseques cobertos de pobreza e porcaria. E nem sequer se atrevam a dizer que cá também há pobres e corrupção. Nem se atrevam.
Passaram o quê? Mais de 30 anos desde a independência? Dizer que a culpa da má distribuição de riqueza é do colonialismo começa a cheirar mal. Os Zé Du e Mugabes de Africa deram cabo dos respectivos países sem ajuda ou interferência de terceiros. E se acham que os pulas são maus e só querem o mal da grande e poderosa Angola, metam-se nas mãos dos chineses e de outros que, de repente, parecem ser os vossos maiores amigos. Ai a grande tradição chinoca em África...ui...data pelo menos de...sei lá...é capaz de ter para aí uns...cinco anos.
Mas que falta de paciência para os complexos de ex-colonizado!