A história é esta: um professor de Religião e Moral de uma escola secundária da Figueira da Foz exibiu o filme "Kids" numa aula do 9º ano (13 a 15 anos de acordo com o referido no artigo). A mãe de um aluno não gostou, anulou a matrícula àquela disciplina e apresentou queixa na direcção regional de educação.
O Kids foi realizado em 1995 por Larry Clark (autor do também polémico Ken Park). Na altura foi bastante elogiado pela crítica mas também alvo de controvérsia e protestos devido ao tom cru e directo com que abordava a vida dos adolescentes de uma cidade americana. A história conta-se em meia dúzia de palavras. Um míudo de 17 anos infectado com HIV tenta desflorar tantas virgens quanto possível enquanto uma das suas anteriores namoradas tenta impedir que mais raparigas contraiam o vírus.
É um filme pesado, por vezes chocante, mas sério e realista na abordagem que faz da sexualidade, das doenças sexualmente transmissíveis, do uso de drogas ilegais e da falta de acompanhamento por parte dos adultos.
O filme foi classificado para maiores de 16 anos o que significa que crianças mais novas podem ver o filme desde que acompanhadas por um adulto responsável.
A notícia refere que o professor trabalhou o filme e os temas nele abordados com os alunos.
Os pais têm o direito de não querer que os filhos vejam filmes como o "Kids" ou de impedir que sejam confrontados com temas desta natureza.
Pessoalmente, acho que a aula de Religião e Moral é o local ideal para os abordar. Preferível aos conceitos ocos e desfasados da realidade que alguns pretendem ver repetidos vezes sem conta para lhes apaziguar a consciência.