sábado, 11 de novembro de 2006

Toda a gente é minha amiga

Antigamente, quando éramos pequenos, também escrevíamos diários, poemas e pequeninos textos íntimos, disparates, piroseiras. Guardávamos-los em caixas debaixo da cama, ou em diários que tinham fechaduras e a chave andava sempre connosco. Um ou outro tinha realmente jeito para escrever e isso notava-se nas redacções ou nos trabalhos de grupo, nos artigos do jornaleco da escola. No entanto, a maior parte dessa produção "literária" era insuportável, pretensiosa e não fazia qualquer sentido fora da nossa intimidade.

Hoje, a internet veio alargar os horizontes individuais e virtualmente qualquer pessoa, desde que tenha acesso a um computador e saiba onde procurar, pode aceder à nossa maneira de ver o mundo. Têm nomes estranhos: hi5, My Space, Facebook ou algo do género. Ensinaram-nos a definir as novas fronteiras da intimidade, aparentemente mais amplas e diversas e levam-nos a crer que temos menos hipóteses de ficar sós. Será interessante observar o futuro e ver o resultado disto tudo.