quarta-feira, 20 de abril de 2005

Habemus what???

Ratzinger, mal cabia em si de contente. Fátima Campos Ferreira e o Padre tolo falharam em tentar adivinhar o tamanho das vestes. O ex-chefe do Santo Ofício não escolheu o tamanho médio, nem o grande. O extra grande foi o único em que coube toda a ambição e o orgulho por ter cumprido o seu objectivo.

Ratzinger. Os cardeais decidiram pela estagnação, quem sabe se pelo retrocesso. Era isto que o Papa Polaco queria? Ou terão sido os cardeais mais papistas que o Papa mesmo depois de ele estar morto?

Agora podemos ser primários e lembrar que Ratzinger foi membro da Hitler Jügend ou que pegou em armas em '45 fazendo parte da guarnição de uma peça de anti-aérea?

Na realidade, quase nenhum alemão da sua idade escapou às organizações nacionais-socialistas ou a fazer parte do exército. Quem se recusasse morria, era simples. Os espertos alinharam com o resto. E Ratzinger é esperto. Não teve vocação para mártir. Aceito. Eu próprio faria o mesmo.

Mas eu não sou Papa. Ratzinger é.

Também podemos forçar relações simbólicas entre o nome escolhido pelo novo líder dos Católicos e o facto do Papa que antes usou o nome Benedito ter sido o que não conseguiu evitar que os católicos Europeus se matassem aos milhões entre 1914-1918. O homem perdeu uma grande parte do seu rebanho naqueles anos, mesmo descontando protestantes, anglicanos, ortodoxos, muçulmanos, etc.

Mas, o que me assusta em Ratzinger não é o facto de ter pegado em armas ou ter passado tempo na Juventude Hitleriana. Assusta-me o que ele representa.

Como não católico, Ratzinger não tem qualquer influência directa na minha vida. Mas realísticamente, o catolicismo rodeia-me e afecta a vida de muita gente que eu conheço. As ideias que defende, o conservadorismo quase medieval, a insistência na supremacia de uma religião em relação às outras é exactamente o oposto daquilo que precisamos neste momento. Com o jeito untuoso que, infelizmente, caracteriza muitos sacerdotes, e outros métodos mais sofisticados que sabe usar muito bem, Benedito XVI não é muito diferente dos outros extremistas que polulam por aí noutros credos, noutras paragens.
Nota de rodapé: os meninos do Escrivá devem estar radiantes