Antes de mais, "O Castor" é uma boa ideia. Ridícula à primeira vista (oh as gargalhadas lançadas ao ler a sinopse), séria quando se pensa no problema de Walter, a personagem de Mel Gibson.
Pena que o filme não faça jus à boa ideia que lhe deu origem. Demasiado convencional na forma como alinha e desenvolve os personagens, a acção espalha-se com uma previsibilidade pouco estimulante. Chega mesmo a aproximar-se do registo telenovelesco, com histórias a desenrolar-se alternadamente.
Quanto ao velho Mel... depois dos disparates na vida real vê-lo com a mão enfiada no traseiro de um boneco nem sequer parece estranho e o homem sabe representar. Jodie Foster não tem grandes hipóteses de brilhar no corpo de uma personagem desinteressante.
Os melhores são mesmo os mais jovens, Anton Yelchin no papel do filho mais velho de Walter e Jennifer Lawrence como a namorada, aluna brilhante mas insegura com algo no seu passado a perturbar o que deveria ser uma carreira académica imaculada. Os dois vivem um filme quase à parte (o tal tique de telenovela de "O Castor").
No final, a impressão de um filme oco. Demasiado ligeiro, talvez, limitado, certamente.