Neste blogue fala-se pouco de política. Pelo menos da mais rasteirinha, do género "ah este ministro é isto e aquilo", ou "o partido tal é melhor que o partido não sei quê".
No entanto, estou convicto de que a grave situação do país exige o melhor de nós, cidadãos. Por isso, decidi reflectir seriamente, pela primeira vez na vida, acerca do partido em que vou votar no dia 5 de Junho. Desta vez, nada de moeda ao ar ou um-dó-li-tá. Pensei muito e tomei uma decisão.
Fala-se do voto útil. Pois, nesta altura crítica venho propor um conceito totalmente diferente: "o voto assim mais em conta". Aquele que, a médio prazo, nos vai sair mais barato ao bolsito já de si depauperado.
Por isso, caros compatriotas, declaro que o voto mais baratinho é o voto no PS.
Porquê, dizem vocês afiando as catanas e tirando a ferrugem às G-3 do Verão Quente de 75 que tinham enterradas no quintal? Por que raio queres que a gente vote nesse gandulo, nesse meliante, no homem que nos conduziu à miséria?
Bom, para já não foi este governo que nos conduziu à miséria. Levar um país à miséria em democracia leva o seu tempo.
A culpa desta embrulhada deve ser partilhada por...uff... sei lá... todos os governos desde... ia dizer desde Alcácer Quibir, mas, pelo que tenho visto recentemente, a história de Portugal não é o forte da malta. Vou ser menos radical e dizer... desde 1974, mais coisa menos coisa. Ou, desde o tempo do Aníbal de Boliqueíme, o Fontes Pereira de Melo do século XX/XXI (o fontismo foi uma coisa que aconteceu em meados do século XIX quando o ministro Fontes Pereira de Melo mandou construir muitas infraestruturas. Infelizmente, esqueceu-se que não tínhamos guito para as pagar nem produção que gerasse riqueza suficiente para compensar o aumento da dívida pública).
Resumindo, o problema actual é tanto da responsabilidade do PS como do PSD (e, em certa medida, de actores secundários como o CDS-PP, o partido que gosta de barquinhos).
Como nos próximos quatro anitos já temos a sentença lida e o programa de governo foi escrito por um senhor dinamarquês, é inútil andar por aí a brincar aos partidos, a debater ideias, a fazer figuras tristes na televisão, enfim... a apresentar longas e soporíferas listas de medidas que - todos sabemos, meus queridos - ninguém vai poder aplicar.
Sendo assim, de que precisamos nós? Poupar? Tendo isso presente, qual é o partido que nos garante este período de transição por um preço mais acessível?
Pois é o partido que já está no governo. Senão, vejam:
Tanto o PS como o PSD têm uma máquina de dentes afiados para o poder. A vantagem é que a do PS já está instalada.
Se o partido do governo mudasse, lá tínhamos de pagar um horror de dinheiro à malta que saia, era preciso redecorar gabinetes, contratar novos assessores, motoristas, secretárias, etc... pagar subsídios de reinserção para os pobres dos precários que têm trabalhado para a coisa pública nos últimos anos. Perder imenso tempo até que os novos inquilino se adaptassem e lessem aquela papelada toda muito chata.
Por outro lado, por muito mauzinhos que sejam, os inquilinos actuais já conhecem minimamente os dossiers e já têm de cor o cheiro da porcaria em que estão imersas as nossas finanças.
É por estas razões que este blogue, pela primeira vez na sua existência, faz uma declaração clara de voto. O Steed vai votar PS. Por um governo mais baratinho.
Que fique claro: se o partido do governo fosse o PSD era neles que votava. Infelizmente, meus adorados amigos sociais-democratas, a roda da sorte parou no lado dos rosinhas.
Nestas eleições, não ao voto útil! Sim, ao voto mais em conta!
Este coiso aborda essencialmente nada em especial. É rigorosamente imprevisível. Inclui diversas referências ao nicles absoluto e contém níveis elevados de parvoíce. Em dias bons pode encontrar por aqui alguns textos medianamente interessantes sobre cinema, televisão, cultura popular e marketing.
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