sexta-feira, 12 de março de 2010

Fica ou não fica?

Deve haver mais por detrás desta questão mas o essencial que veio a público foi:

O Estado e alguns parceiros da área do audiovisual criaram um fundo de investimento para financiar projectos de cinema e televisão.

Entregaram a gestão do fundo à ESAF do grupo Espírito Santo e nomearam Teresa Felix como responsável.

Logo nos primeiros tempos, o Estado falhou nos pagamentos que lhe cabiam.

O fundo ficou paralizado.

O Estado decide mudar de fundo de investimento alocando as responsabilidades à ESAF, apesar de não ter cumprido a sua parte.

Entretanto, o grupo de artistas do costume, já andava a rezar pela pele do fundo. Cheirava-lhes a dinheiro desviado para produções de cariz mais popular que não lhes seria entregue para que pudessem manter a tradição de filmes muito aplaudidos em festivais e vistos por meia dúzia de maduros. Vai daí toca de escrever mais um manifesto dramático onde as expressões "catástrofe", "apocalipse" e "ai mãezinha que me fino" são repetidas vezes sem conta.


A visão é esta: o mundo está dividido em dois. Nós, os iluminados que gostamos de cinema, e o resto do mundo, as trevas onde se comem pipocas e se sorve refrigerante gaseificado.

Por outro lado, o FICA pôs-se a jeito com algumas apostas que, valha-nos Deus, eram tão más que até o Ed Wood as rejeitava.

E aqui vamos nós, de incompetência em incompetência, o cinema português continua a ter das quotas de mercado mais baixas da União Europeia (piores que nós acho que estão apenas a Bulgária e o Caramelistão)