Não importa que se tenha repetido inúmeras vezes que esta gripe é parecida com as outras. Ignore-se o facto de continuar a morrer mais gente com outras doenças.
Como dizia uma amiga minha, esta é a história de Pedro e o Lobo. Tantas vezes se grita pandemia que no dia em que ela efectivamente acontecer já ninguém liga aos avisos.
A ministra da saúde tem servido de saco de porrada a quem prefere ouvir os gritos, apesar de ser uma das vozes serenas a falar sobre o assunto. Foi numa entrevista dela ao Telejornal da RTP1 que fiquei a perceber finalmente o que poderá passar-se no Outono.
Entretanto, continuam a repisar no assunto, a procurar todos os ângulos, normalmente idiotas, repetitivos, vazios. Como a Visão que decidiu que a ministra tinha errado porque "só" pediu uma pré-reserva das vacinas. Como se fosse possível fazer já a compra de algo que ainda não existe, não se sabe quando estará pronto e tem de passar por testes clínicos para evitar que as pessoas morram da cura. Isto já para não falar das mutações do vírus que a ocorrerem tornarão a dita vacina inútil em menos de um piscar de olhos.
É verdade, vai ficar muita gente doente. O maior perigo é mesmo esse: que a gripe possa entupir os serviços de saúde e causar problemas no funcionamento da sociedade. É essencialmente por isso que o Estado se deve preparar e não porque esta gripe seja muito pior que as dos outros anos. O resto é um novo vírus a que se dá o nome de "Gripe AAAAAAAAAAAAAAH!"
