Há uns anos uma amiga e eu cunhámos uma expressão para designar iniciativas ridículas no campo do marketing. Chamámos-lhe "marketing morcão".
O marketing morcão inclui diversos tipos de acções que, grosso modo, se dividem nas seguintes categorias:
a) Imitar. O chefe viu aquilo numa publicação estrangeira ou numa campanha da concorrência. Se a concorrência está a fazer não podemos ficar para trás portanto toca a imitar.
b) Inovar só porque sim. A inovação é uma das doenças do marketing e tal como outros males tem uma expressão em inglês para a designar: pensar "out of the box". A pressão para inovar é tão grande que qualquer disparate é aprovado, de homens vestidos de pudim flan ao patrocínio da equipa de chinquilho lá da terra.
c) A chico-espertice. Confunde-se muito o saber negociar com chico-espertice. Isto, apesar do uso constante de outra linda expressão anglo-saxónica, o "win-win". Quando um marqueteiro lhe diz "isto é uma situação win-win" fuja. Na realidade o que ele quer dizer é "foste comido" ou "enganei mais um". Na verdade, o marqueteiro de sucesso não é aquele que consegue aumentar as vendas ou a notoriedade da sua marca ou serviço, mas sim o que consegue mais acordos em que enganou o parceiro, pagando peanuts em troca de algo substancial.
E tudo isto leva-nos onde? Aqui e aqui. Casos práticos daquilo que escrevi na alínea c. Ou seja, alguém quer anunciar num blogue, mas pagar? A um reles blogueiro? Naaaah...a gente precisa do guito para comprar gê-érre-pês em breaks que ninguém vê.
Comam lá a fruta e o legume e quando espirrarem metam o sovaco à frente ou lá o que é.
