segunda-feira, 13 de outubro de 2008

É oficial - ao segundo programa podemos declarar: O Zé Carlos não tem piada

E gostávamos que tivesse.

Mas então quais são os problemas do Zé Carlos e porque não cumpre a sua função básica de fazer rir?

Uma grande parte da culpa é do canal. Ao insistir naquele formato e ao pedir para que se concentrassem na actualidade política, a SIC criou, logo à partida, diversas barreiras ao sucesso do programa.

Limitou a criatividade.

Tornou o programa monótono ao fazê-lo tocar sempre na mesma tecla.

Diminuiu o tempo disponível para a escrita ao obrigar os autores a estarem em cima do acontecimento.

Programas como o Tonight Show ou o Saturday Night Live têm exércitos de argumentistas. O Gato Fedorento está limitado a uma equipa de quatro pessoas que actua e escreve.

O formato de talk show não é para todos. Nota-se pouco à vontade por parte dos membros do grupo. Falta-lhes tarimba. Estão a pedir-lhes demais para o pouco tempo que têm no meio.

Começa a ser hábito queimar humoristas, ou porque não lhes dão tempo (Programa da Maria) ou porque os colocam em formatos errados (Gato Fedorento) ou por alguns equívocos por parte dos próprios autores (Os Contemporâneos) ou, ainda por falta de estímulo e crítica (Herman José).

A solução? Voltar ao início. Fazer programas sempre com o mesmo bigode, sem controlo criativo por parte do canal e só com meia dúzia de tostões.

A sério. As grandes produções de humor só são boas para Os Malucos do Riso.