Um pequeno cidadão suíço exprime o sentimento daquele país em relação ao resto do mundo. Repare-se nas vantagens do sistema educativo suíço. Em Portugal, as crianças só aprendem estes gestos uns anos mais tarde.
Tenho a ideia, certamente errada, de que os Suíços são uma cambada de gente irritante, chata e presunçosa.
É possível que haja um ou outro Suíço simpático, um porreiraço que alinhe nas brincadeiras em qualquer suíço respeitável nunca alinharia. Por exemplo, atrasar o relógio da igreja em cinco minutos ou fazer queijo sem buracos. Coisas muito malucas e completamente anti-suíças.
De qualquer maneira, para mim, a maior parte dos Suíços é mesquinha, sempre a olhar para o quintal do vizinho, a ver se está alguma coisa desarrumada, ou a bater com a vassoura no tecto porque fomos fazer xixi à meia-noite e cinco. Por isso, não é de admirar que tenham decidido expulsar os emigrantes portugueses de uma igreja em Zurique.
E que argumentos mesquinhos e xenófobos é que estes safardanas, comedores de fondue e raclettes, encontraram para impedir os nossos compatriotas de celebrar a sua fé?
Começam por dizer que vai demasiada gente à missa. Que não cabe tanto fiel na igreja. Depois, que os portugueses deixam tudo sujo e estacionam os carros em cima do passeio.
Acho isto inconcebível! Um escândalo e uma afronta ao nosso povo. Devíamos fazer como o Chavéz e expulsar o embaixador Suíço em Lisboa.
Alguém de boa fé acredita que um português seja capaz de deixar o carro estacionado em cima do passeio ou de sujar um espaço público? Nunca, seus Suissinhos de cocó! Peçam já desculpa!
Mas não esmoreçam caros amigos, a Suíça ainda há-de ser nossa!
Nessa altura, poderemos enchê-la livremente de concertos do Rui Bandeira, restaurantes-marisqueiras, comer febras grelhadas e frango no churrasco onde muito bem nos apetecer. E ninguém será obrigado a falar alemão, essa língua que, como toda a gente sabe, faz mal à garganta. E o único jornal lido na Suíça será a Gazeta Lusófona. Os gajos, se quiserem, que aprendam português!