sábado, 28 de junho de 2008

O estado da nação online

Tenho estado numa fase de aprendizagem intensiva sobre esta nova coisa da web 2.0 e a evolução da Internet. Passo muito tempo de volta de blogues e sites sobre o assunto e tenho tentado retirar alguma lógica da avalanche de informação, teorias e opiniões.

Acho que, para bem da minha saúde mental, é chegado o momento de fazer um balanço e organizar ideias:

  • Em Abril, escrevi sobre a quantidade de aplicações que surgiam a cada dia, como cogumelos. Dei o exemplo do Twitter e do Snapshots como coisas que me pareciam completamente inúteis.
  • Barafustei contra o Twingly e a proliferação de social-tudo-e-mais-alguma-coisa e armei-me em adivinho ao prever que isto era uma moda, uma nova bolha, uma confusão em que só conseguiremos ver alguma coisa de jeito quando a poeira assentar.
Agora, acho que estou pronto para retirar mais algumas conclusões.

  • Continuo a achar que existe uma moda que alimenta dezenas de sites e aplicações que no essencial servem para o mesmo.
  • Ainda embirro com o Twitter e o microblogging e acho que é daquelas trends sem futuro.
  • O Twingly no site do "Público" até agora não resultou em nada de interessante.
  • Descobri uma aplicação chamada Apture que parece muito melhor do que o Snapshots por uma razão muito simples. Enquanto a passagem do rato por cima de um link do Snapshots abre de imediato uma janela, o que dificulta bastante a navegação, o Apture, por sua vez, exige uma intencionalidade muito maior. A janela só abre após um segundo em cima do link. Suficiente para não prejudicar a leitura do texto.
  • Descobri algumas ferramentas mesmo úteis como o Netvibes, explorei mais as capacidades de ferramentas de colaboração e partilha online, rendi-me aos feeds rss e descobri que o futuro imediato reside nos agregadores de plataformas de web social. E ocasionalmente fiquei a gostar de uma ou outra start up.
  • Tenho aprendido bastante com as pessoas de diversos blogues e sites. Os links estão todos na barra aqui já ao lado, na secção de blogues profissionais. Ah, porque é disso que se trata agora, da separação entre o blogue pessoal sem pretensões ou exigências de qualidade e os pros, que elevaram o blogue a outro nível.
  • Parece-me cada vez mais evidente que esta bolha irá rebentar. Não existe mercado para tanto site, aplicação, mashup, agregador ou como raio se chamam. Este site chamado The Industry Standard fez uma análise de 10 serviços que eles pensam que irão triunfar e 10 que irão desaparecer. Honestamente, acho que estão quase todos condenados à extinção. Mas eu engano-me com frequência e nem sequer percebo muito deste assunto.
Afinal o que vai acontecer? Qual vai ser o futuro destas pequenas revoluções?

A única certeza que tenho é que tudo irá acabar, como sempre, por ir ter ao dinheiro. O resto, limita-se a mais uma série de perguntas:

  • Como se rentabilizam as aplicações e os serviços que elas prestam, num meio em que o consumidor não quer ver publicidade e não quer pagar para utilizar?
  • E o futuro da publicidade? Onde poderão as marcas anunciar de modo eficaz?
  • Como será a nova industria da música?
  • Qual será a face do novo jornalismo? Irão mesmo acabar os jornais impressos?
  • E o video? A tão falada ligação/fusão entre TV e Internet irá mesmo acontecer?