quarta-feira, 28 de maio de 2008

As fontes

A entidade reguladora da comunicação social, a ERC, dizia esta semana num relatório que seria aconselhável que alguns media começassem a diversificar as fontes. A dica era dirigida a um Jornal da Madeira e a outro do Alentejo. De acordo com a ERC, estas publicações recorriam em excesso ao governo regional, no caso madeirense, e ao PCP, no caso alentejano, como fontes para as notícias publicadas.

De acordo. Aqui há um caso flagrante de instrumentalização política e blá blá blá.

Mas o maior problema vem de outro lado e é bastante mainstream. Tem a ver com a redundância noticiosa e com o pouco investimento que ainda é feito nos conteúdos para as edições online dos media nacionais.

Este exemplo é muito bom. Hoje sairam duas notícias sobre o mesmo assunto, no site do Expresso e do Sol. Por favor dêem uma olhadela às duas.


  • No Expresso
O arguido e apresentador de televisão Carlos Cruz vai hoje "responder a todas as perguntas" no julgamento do processo Casa Pia, mais de três anos após ter prestado declarações ao colectivo de juízes encarregue do caso.

O advogado de Carlos Cruz, Ricardo Sá Fernandes, afirmou à Agência Lusa que o seu cliente "vai responder a todas as perguntas" colocadas pelo colectivo de juízes e também a todas as outras que venham a ser feitas "e que o tribunal entenda que sejam relevantes responder".

Segundo o advogado, Carlos Cruz, que já prestou anteriormente declarações em sede de julgamento, vai voltar a falar porque, relativamente a factos que não constavam da pronúncia mas que foram abordados nas audiências, preferiu ouvir primeiro os assistentes/vítimas, para agora esclarecer as questões levantadas.

Carlos Cruz, 66 anos, foi pronunciado por seis crimes sexuais contra ex-alunos da Casa Pia, foi detido a 31 de Janeiro de 2003 e chegou a estar em prisão preventiva durante mais de um ano, declarando-se sempre inocente dos crimes que lhe eram imputados.

Quando foi ouvido em Fevereiro de 2005, Carlos Cruz foi interrogadosobre documentos que juntou aos autos do processo - facturas, registos de chamadas telefónicas e de Via Verde - destinados a provar que não esteve na vivenda de Elvas, onde lhe é atribuída a participação em abusos sexuais com menores da Casa Pia, juntamente com outros arguidos.

Os jovens casapianos que dizem ter sido abusados sexualmente por Carlos Cruz situam também os alegados crimes num prédio da Avenida das Forças Armadas, em Lisboa, tendo o apresentador de televisão negado esses factos e a sua defesa apontado contradições e confusões nos testemunhos apresentados.

A audição de Carlos Cruz no Tribunal de Monsanto está marcada para as 09:30 de hoje, devendo ser ouvidos na próxima semana o ex-provedor da Casa Pia Manuel Abrantes e o médico Ferreira Diniz, sendo que a audição deste último esteve inicialmente prevista para a passada segunda-feira.

  • No Sol
O arguido e apresentador de televisão Carlos Cruz vai hoje «responder a todas as perguntas» no julgamento do processo Casa Pia, mais de três anos após ter prestado declarações ao colectivo de juízes encarregue do caso.

O advogado de Carlos Cruz, Ricardo Sá Fernandes, afirmou à Agência Lusa que o seu cliente «vai responder a todas as perguntas» colocadas pelo colectivo de juízes e também a todas as outras que venham a ser feitas «e que o tribunal entenda que sejam relevantes responder».

Segundo o advogado, Carlos Cruz, que já prestou anteriormente declarações em sede de julgamento, vai voltar a falar porque, relativamente a factos que não constavam da pronúncia mas que foram abordados nas audiências, preferiu ouvir primeiro os assistentes/vítimas, para agora esclarecer as questões levantadas.

Carlos Cruz, 66 anos, foi pronunciado por seis crimes sexuais contra ex-alunos da Casa Pia, foi detido a 31 de Janeiro de 2003 e chegou a estar em prisão preventiva durante mais de um ano, declarando-se sempre inocente dos crimes que lhe eram imputados.

Quando foi ouvido em Fevereiro de 2005, Carlos Cruz foi interrogado sobre documentos que juntou aos autos do processo - facturas, registos de chamadas telefónicas e de Via Verde - destinados a provar que não esteve na vivenda de Elvas, onde lhe é atribuída a participação em abusos sexuais com menores da Casa Pia, juntamente com outros arguidos.

Os jovens casapianos que dizem ter sido abusados sexualmente por Carlos Cruz situam também os alegados crimes num prédio da Avenida das Forças Armadas, em Lisboa, tendo o apresentador de televisão negado esses factos e a sua defesa apontado contradições e confusões nos testemunhos apresentados.

A audição de Carlos Cruz no Tribunal de Monsanto está marcada para as 09:30 de hoje, devendo ser ouvidos na próxima semana o ex-provedor da Casa Pia Manuel Abrantes e o médico Ferreira Diniz, sendo que a audição deste último esteve inicialmente prevista para a passada segunda-feira.

A fonte nas duas notícias foi obviamente a Lusa.

Estes casos repetem-se e acabam por fazer com que estejamos a ler exactamente o mesmo em diversos sítios.

Atenção, não me estou a queixar de os assuntos tratados serem os mesmos. Estou a dizer é que são reproduzidas as mesmas notícias escritas do mesmo modo e, claro, com o mesmo ponto de vista, etc. etc.