terça-feira, 6 de junho de 2006

A Guiducha e o George

O tema já tem um tempinho mas também ninguém vos garantiu actualidade e notícias fresquinhas a toda a hora, pois não? Então aguentem e não chorem ou alternativamente, mudem de canal. Ou de blogue. Tanto se me dá.
A Guiducha é aquela senhora magrinha que escreve livros. É moda dizer mal dos livros da Guiducha e da própria Guiducha. Pois é. Ora um senhor chamado George lembrou-se de escrever um livro para provar que os livros da Guiducha (taduxa!) eram mal escritos, pedaços de estrume, algo indigno da classificação de literatura, enfim, o que de mais indigno e repugnante alguma vez esteve à venda numa livraria.
A autora, ou, segundo o George, o pedaço de escória literária, sentiu-se ofendida, toca de apresentar queixa e pedir que um tribunal declarasse que ninguém poderia usar o nome "Guiducha" em vão para vender livros. O tribunal acabou por decidir a favor do George e o livro lá anda nos escaparates, que é como quem diz, nas prateleiras das livrarias, que é como quem diz, está à venda para quem queira gastar tempo e dinheiro a ler o que um tipo armado em bom tem para dizer.

Eu sou um defensor da liberdade - tenho uma capa azul e vermelha e um fatinho justo ali no armário para o provar - isso inclui a possibilidade de as pessoas poderem ler maus livros sem serem constantemente importunadas por professores universitários. Em última análise, se as pessoas não lerem nunca poderão sequer progredir e passar da leitura de uma Guiducha ou de um Paulinho Coelho para livros a sério, sei lá, tipo Dostoievsky, Vitor Hugo, ou mesmo Beckett ou Camus. O importante é ler. Ler faz bem e se há gente que não tem capacidade, tempo, pachorra ou um pouco disto tudo, para se agarrar ao que se chama "literatura", então deixá-los. É um desperdício pecaminoso de inteligência e um exercício de arrogância e pretenciosimo intelectual escrever livros a dizer mal de alguém que vende muito. Ainda por cima um gajo que tem um blogue...a forma mais reles de manifestação cultural...