sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Aqui Não Há Nada Para Ver

há um horizonte pleno diante de mim
uma massa de cinzento escuro
aviões e pombos cruzam-se numa ilusão
todas estas janelas mas não se vê ninguém
ontem, com a chuva e o frio
zanguei-me com a terra
encerrei-me em casa
protegido pela electricidade
mimado pelo zumbido suve
de um micro-ondas coreano.
os aviões estão cheios de gente triste
triste como este céu de cinzeiro sujo
este horizonte desalinhado de prédios
este labirinto empestado de cores pálidas.