Aos poucos vamos deixando a era punk da imprensa na Internet e começamos a ver o que será o futuro.
A primeira triagem já começou. A aquisição das marcas mais fortes nascidas da era cor-de-rosa "do do it yourself" e do "todos podemos ser estrelas do jornalismo" por grupos sólidos, com dinheiro e capacidade para atrair investimento publicitário significativo.
Ontem, durante uma conferência organizada pela publicação "Advertising Age", em Nova Iorque, Ariana Huffington - mentora da maior marca de informação online, o Huffington Post - desvendou novas pistas...
O HuffPo nasceu e criou reputação à custa de um exército de freelancers e bloggers, contribuintes graciosos que se contentavam com a possibilidade de verem os seus escritos lidos por muitos milhares de pessoas. Agora que faz parte da família AOL as exigências são outras.
Ariana sabe que não pode gerir uma multidão e que o voluntárismo não dura para sempre. Até os mais entusiastas gostariam de, um dia, receber uma compensação monetária pelo seu trabalho. Sobretudo quando se ouve falar em aquisições com muitos dólares envolvidos e a turba de escribas começa a mostrar sinais de inquietação e revolta.
Pagar a toda a gente é impossível, gerir muita gente é impraticável. A solução reside em escolher os melhores e reduzir os quadros para dimensões mais... desculpem o palavrão... analógicas.
Outras ideias fortes da comunicação de Ariana Huffington:
Acerca da redução de efectivos:
"Se queremos produzir bom jornalismo temos de construir uma equipa que trabalhe em conjunto com objectivos comuns ao nível editorial(...)"Acerca da agregação de conteúdos:
"Existem conteúdos de qualidade um pouco por todo o mundo. Se queremos ser um sítio com os melhores conteúdos no mundo, temos de agregar."
"Agarramos nas melhores notícias e enviamos tráfego de volta para os criadores desses conteúdos de forma a que possam obter algum rendimento com eles."Acerca dos paywalls:
"Quanto mais optarem pelos paywalls, melhor para nós."
"(...) pedir às pessoas para pagar por notícias está condenado ao fracasso. Há toda uma nova geração que não está habituada a pagar por notícias - e não irão pagar."
"A nossa aposta é que os conteúdos serão gratuitos, talvez com excepção da informação económica e alguma pornografia mais estranha(...).Acerca do modelo de negócio:
"Acreditamos que [o responsável comercial da AOL] Jeff Levick conseguirá vender a publicidade suficiente(...)"
Aqui fica a ligação para o artigo original:
AOL's New Way: Huffington Steers Portal Away From Freelancers, Ramps Up Aggregation