sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sobre o Emmy da TVI tenho a declarar o seguinte

Boa! Parabéns, um Emmy é um Emmy.


Na verdade, não. Por exemplo, os prémios de daytime television valem menos do que os prémios de primetime. Os prémios para telenovela estão um degrau abaixo. São como o preto ou o mexicano que se coloca no elenco só para que os grupos de pressão não nos chateiem com a falta de diversidade. Para os americanos, telenovela é algo que os jardineiros ou as criadas vêem.

Estive a fazer a contabilidade dos actos bimbos de cada lado. Ganhámos (ou melhor, perdemos) 4-2. A evolução do marcador foi a seguinte:

1-0 A partir do momento em que a TVI manda uma comitiva daquele tamanho para assistir à cerimónia. É dar-lhe importância a mais. Há que ter algum distanciamento. Os tipos mais cool do planeta, tipo o Woody Allen ou o Goddard, estão-se nas tintas para estes eventos e nem sequer lá metem os pés. O Allen vai tocar clarinete para um clube em Nova Iorque e o Goddard fica em casa a reler a edições dos Cahiers do Cinema em que dizem que ele é o melhor realizador do universo.

2-0 Quando a Rita Pereira decide dar nas vistas com aquele vestido.

2-1 Na altura em que os americanos passam a dar destaque ao decote da Rita. Nenhum país é mais bimbo no que diz respeito ao corpo humano do que os EUA.

2-2 O resultado equilibra sempre que aparece uma moça do lifestyle a fingir que é jornalista. Uma entrevistadora daquelas faz qualquer profissional da informação assobiar para o lado e responder "quem, eu? jornalista? não, não, eu assento ladrilhos".

3-2 Quando aquele senhor administrador decide ter um momento You Tube e lança "só mais uma espreitadela discreta".

4-2 O golpe de misericórdia é quase um frango daquele moço espanhol que está na baliza do Benfica. A Alexandra Lencastre aos pulos por ter ganho um Emmy para melhor telenovela. Fica-se feliz, mas não se salta histericamente, Alexandra.