segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ó Steed, o que é que achaste da cerimónia dos Oscars?


Achei que mais valia terem estado quietos.

A cerimónia já era longa e secante. Este ano fizeram com que parecesse ainda mais longa e chata - apesar de, na realidade, ter sido uma hora mais curta.

O número de abertura foi pobre - a intenção era falar da recessão mas escusavam de ser assim tão literais.

A introdução dos números musicais foi descabida e deu a ideia de que estávamos na cerimónia de entrega dos Tony (os prémios para o teatro). Não teria sido mais eficaz permitir que as canções nomeadas fossem interpretadas na totalidade? O que é melhor? Peter Gabriel ou sapateado?

A ideia dos cinco actores ou actrizes para apresentar os prémios de representação só é boa no papel. Na prática, tornou-se num momento longo, chato e ridículo. Aqueles discursos de, vocês foram nomeados porque assim e assado lembram as considerações dos membros do júri do American Idol (ou Chuva de Estrelas ou....you name it).

Em vez de ritmo, sobressaiu no espectáculo um ar de entrega apressada de prémios, parecia que toda a gente estava a correr. Se tivesse sido bem feito, não tínhamos dado por isso. Pior, mesmo com a correria, continuámos com a impressão de que estava a ser demasiado longo. O desejo de que terminasse depressa para que pudéssemos ir dormir continuou presente.

Ou seja, depois de tanta expectativa criada à volta da ideia de um espectáculo renovado, o que saiu para todo o mundo foi mais do mesmo com alguns retoques demasiado literais. Falou-se do desejo das audiências em verem mais celebridades durante mais tempo? Lá se enfiaram cinco em cada prémio dado a actores. Falou-se da falta de blockbusters entre os nomeados? Toca a inserir clips com os filmes mais populares do ano divididos por géneros.

Há quem pense que, para tornar o espectáculo de entrega dos Oscars mais interessante, serão necessárias alterações profundas em toda a estrutura dos prémios. Que não há muita volta a dar a um espectáculo onde é necessário entregar 24 prémios. É possível que tenham razão. Mas mesmo com o esqueleto tradicional consegue-se fazer bem melhor do que aquilo que vimos ontem.