terça-feira, 14 de outubro de 2008

Notas sobre a Islândia

A 18 de Maio o Observer publicou um artigo sobre a Islândia. O título era "No wonder why Iceland has the happiest people on Earth". O autor dissertava sobre a qualidade de vida naquela ilha do Norte do Atlântico, a sociedade aberta, o apoio dado às mães, o ensino público de excelência. O mesmo artigo foi publicado no Courrier International há dois meses - foi aliás onde o li pela primeira vez.

A 5 de Outubro, outro artigo do Guardian tinha um tom oposto: "The party's over for Iceland, the island that tried to buy the world".

A 7, o Telegraph falava de sonhos desfeitos em fumo.

Dia 8, um editorial do Guardian, colocava a nu os problemas de milhares de britânicos que investiram num banco Islandês.

E, no meio disto tudo, um blogger brasileiro que vive na Islândia, demonstra a relevância que a pessoa certa no local certo pode assumir como fonte de informação.


Há a tentação de apontar para os Islandeses e rir dizendo que já não são o povo mais feliz do mundo. De fazer piadas com a novidade de o primeiro-ministro andar acompanhado por dois guarda-costas após um incidente num ginásio. Uma outra peça publicada no jornal Irlandês Tribune, fala da raiva que se sente nas ruas de Reykjavik. Existe essa tentação irresistível de fazer piadas mas afinal rimos de quê?

Há dois anos, o governo Islandês não queria nem ouvir falar em entrar na União Europeia e trocar a krona pelo euro.

Hoje, até mesmo os mais cépticos começam a pensar que, após esta crise, a entrada na UE é inevitável.

Hoje, dia 14, um outro artigo de opinião, ainda no Guardian, lança a ideia de que a entrada da Islândia na União Europeia pode causar uma catástrofe ecológica.

Conclusão. Acredito que a Islândia vai dar a volta por cima. É provável que não volte a ter uma economia tão forte como até agora. Mas será certamente mais sólida.

Mas o mais engraçado no meio disto tudo são as voltas que a história dá. É por isso que gosto tanto dela. Da história.