sábado, 9 de agosto de 2008

Ainda o acordo ortográfico e um texto que desmonta os argumentos dos sábios da nação

Quem me conhece, sabe que não vejo mal no acordo ortográfico. Simpatizo com ele e era mesmo capaz de lhe dar um beijinho.

Sabem que acho a generalidade das manifestações do tipo "ai jasus que lá se vai a nossa querida língua" ou bater no peito e rasgar as vestes, completamente parvas e com um inegável potencial piadético.

A língua portuguesa é uma coisa do caraças. E tem sido maltratada e negligenciada mais ao nível político do que pelos utilizadores. O grande desafio e o mais importante de tudo, acima dos egos e dos acordos ortográficos, é continuar a ganhar gente para o lado dos que falam português. Isso dá-nos - a todos e não só aos brasileiros ou moçambicanos ou quem quer que seja - mais força e cria laços mais relevantes do que qualquer outro factor. Mais do que um passado comum dá-nos um futuro comum.

O assunto perdeu alguma actualidade enquanto os subscritores de petições e textos apocalípticos foram a banhos ou estão entretidos à procura de outros temas que lhes permitam brilhar e exibir a sapiência. Apesar disso, dá tanto gozo ler este texto que não o partilhar me iria impedir de dormir bem durante semanas.