quarta-feira, 30 de julho de 2008

A relevância do anúncio

Na Ad Week saiu uma notícia sobre a relação entre a relevância dos anúncios e o interesse da audiência.

A notícia refere uma análise feita nos Estados Unidos pela empresa que comercializa o TiVo - uma espécie de Meo ou Zon Box que permite gravar programas de televisão e passar por cima dos blocos publicitários.

Os números são estes:
  • Todos os segmentos utilizam a função de gravação e passam por cima dos blocos comerciais.
  • Durante o horário nobre, 57% da programação é gravada para ser vista noutra altura(time shifted) e 66% dos anúncios não são vistos
  • Durante todo a emissão, 36% da programação é gravada para ser vista noutra altura time shifted) e cerca de 50% dos anúncios não são vistos.
No entanto, existem alguns padrões interessantes que mostram que o acto de passar por cima dos anúncios pode não ser aleatório:
  • A audiência de anúncios a produtos para a pele destinados a crianças, em lares com crianças com menos de 12 anos, foi 37% maior do que em lares com adultos com mais de 50 anos.
  • Anúncios a jogos e brinquedos teve mais 22% de audiência em lares com crianças com menos de 12 anos.
  • Anúncios políticos obtiveram uma audiência 15% superior à média em lares com adultos com mais de 50 anos.
A amostra constou de 20 mil utilizadores de TiVo.

Conclusões a retirar destes números?

1. Os aparelhos de gravação digital vieram dar ainda maior poder ao espectador.

2. A publicidade em televisão, ganhou mais um adversário a adicionar à saturação devido à quantidade e duração dos espaços publicitários e ao zapping que surgiu com o comando remoto e o aumento do número de canais que permite saltar de um para ou outro e desse modo evitar os anúncios.

3. Os aparelhos de gravação digital estão a transformar o mercado publicitário televisivo.

4. Não existe um ódio à publicidade por parte dos consumidores. Eles apenas não querem ver muita publicidade ou anúncios a produtos que não lhe interessam.

5. Os espectadores facilmente verão publicidade se esta for em quantidade, reduzida e se a acharem relevante.

Ou seja...também aqui, o digital está a provocar uma revolução nos modelos de negócio assentes na publicidade.

Por cá, tal como no caso da imprensa, toda a gente ainda fala de GRP's e taxas de cobertura e rappeis e descontos como se nada se passasse.