sexta-feira, 25 de julho de 2008

Como o Barclays Bank comprou uma luta com os blogues em Portugal

O Barclays Bank está em maus lençóis na blogocoisa portuguesa.

Após um caso de fraude envolvendo um cartão de crédito, o autor do blogue Browserd decidiu contar-nos a sua história e tem-no feito de modo exemplar.

Exemplar porquê? Porque a sua exposição é clara, concisa e calma. Sem histerias.

O problema deste senhor tem sido seguido um pouco como se de uma novela se tratasse e encontra-se referido numa série de outros blogues. Ganhou assim maior dimensão e ameaça transformar-se numa cause célèbre. Mas, mais importante que tudo isto, um mês e muitas idas à sua agência depois, o autor do Browserd continua com o seu caso por resolver.

No Certamente Que Sim! aparece hoje um texto que coloca a mão na ferida: Os bancos (qualquer grande empresa, acrescento eu) não existem para servir os clientes. Existem para servir os interesses dos seus accionistas.

Isto leva-me a outra questão, para mim mais relevante porque é a minha área de formação e onde trabalhei durante mais de uma década: o marketing não serve para adequar os produtos e serviços aos clientes. Serve para criar a melhor imagem possível de uma instituição, ao menor custo possível.

Em bom inglês serve para "make us look good and save our asses when shit happens".

Ou seja, todas aquelas palavras lindas de adequar o nosso produto ao público alvo e de prestar o melhor serviço ao nosso cliente são apenas balelas. O objectivo final do marketing é fazer com que as vendas aumentem e que a reputação da empresa seja cada vez melhor. Que fique claro que isso não é sinónimo de bom serviço.

Na realidade, o marketing é uma utopia, tal como foi o comunismo. Ou seja, um conjunto de ideias excelentes em teoria mas que na prática não passam de uma enorme treta.