domingo, 15 de outubro de 2006

Em nome do pai

Entristece-me o facto de os apelidos de família ainda serem decisivos para tanta coisa.

A verdade é que as pequeninas elites que existem no nosso país se protegem e impedem a ascenção de outros porventura mais competentes ou com maior vontade de impor mudança. E quando têm algum problema, conseguem fazer-se ouvir mais facilmente. Existe um conjunto de regras e parâmetros que, como tantas coisas no nosso país, não são mencionados em voz alta. Estabelece-se deste modo o acesso ao topo da nossa sociedade. Regras e parâmetros religiosos, de comportamento social e tipo de vida, origem, local onde se vive e apelido, que condicionam e formatam as nossas elites.

Algo que poderia ser resumido no cliché: "tios e tias contratam tios e tias". E quem não é tio e tia, o melhor que tem a fazer é tentar parecer-se com um tio ou uma tia.

Chiça, como continuamos a ser possidónios e provincianos...