domingo, 17 de setembro de 2006

Um sonho

foi mais ou menos por essa altura que dei por mim a afastar-me de uma estrada empedrada rodeada de trigo alto de ambos os lados. foi mais ou menos por essa altura que me começaram a faltar as palavras, que os momentos de silêncio substituiram a voz. foi quando pensei que o horizonte tem muitas cores, um pôr do sol glorioso cheio de salpicos de estrelas distantes e galáxias iluminadas de perfil por explosões de anãs brancas. um ar revolto, uma atmosfera húmida, pesada. uma areia fina, avermelhada, constantemente levantada por remoínhos de vento, cobrindo a pele e dando-nos o aspecto estranho de nativos da papua-nova guiné.

este sonho prossegue.