segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Ser de esquerda é bom. Ser de direita também.

Ou será que nada disto faz sentido?

Eu confesso: não comprei nenhum exemplar do SOL ou do EXPRESSO nas últimas semanas. Confesso ter tentado uma vez mas, como eram 11 da manhã de sábado e me disseram "ai, esgotou logo pelas 10 horas", pensei, "bolas, se os tipos não se deram ao trabalho de ser espertos e de imprimir jornais suficientes para a procura, então não merecem que me dê ao trabalho de andar a mendigar um exemplar", e lá segui o meu caminho.

Quem me conhece sabe a opinião que tenho da imprensa nacional: ligo pouco e acho fraquinha. Assino o "Courrier International" porque cada vez tenho menos tempo para ler. Aquilo funciona como umas Selecções do Reader's Digest com a vantagem de não ser "middle-class american" e de me permitir aceder a artigos que de outro modo levariam horas a pesquisar na net.

Uma das últimas edições do "Courrier" tinha como tema de capa a nova esquerda, a renovação da esquerda, algo que o valha. Nos artigos que pude encontrar lá dentro escreviam sobre o que constitui a esquerda dos nossos dias. Coisas como a defesa do estado-providência, preocupação com o ambiente, defesa dos direitos das mulheres e das minorias, etc., e após enumerarem estas qualidades faziam uma pergunta inteligente: mas será que a direita não defende também estes valores? Será que o que é positivo é monopólio da esquerda e a direita não pode ser mais do que uma lista de estereotipos ligados a xenofobia, estado policial, liberalismo e capitalismo sem regras e sem moral, entre outros?
(falta desenvolver esta parte do texto)

E onde está o mal? Durante anos tivemos os dos chapéus brancos e pretos bem divididos, mas agora não existe um vilão de contornos definidos. Ou antes, existe mas não é uma ideologia, é uma religião e chama-se Islamismo.

Pode assim dizer-se que o Islamismo é o novo fascismo, o novo comunismo? Eu preferia que se fosse por outro caminho. Sendo uma religião confundida com o mal - e a humanidade sempre adorou ter inimigos bem estereotipados, daqueles em que apetece cuspir em cima - o que irá acontecer no fim? Qual é o nosso objectivo, como os bonzinhos da fita? Converter os milhões de Islâmicos ao Ateísmo ou ao Cristianismo tal como os ex-fascistas e ex-comunistas se converteram à democracia?




(à suivre)