segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Abadia, Abadia, that's all folks!

O frade capuchinho coçou a orelha com a abençoada unhaca. Do orifício peludo retirou uma dada quantidade de cerúmen que sacudiu abanando a mão várias vezes. Frei Dagoberto, que passava pelos claustros a caminho das matinas, escorregou e estatelou-se nas lajes frias.

- Que descuidado sois Frei Dagoberto. Não haveís reparado no cerúmen?

O pobre monje esfregava simultaneamente a cabeça e o traseiro que, dada a sua constituição física a que alguns darão o nome de forte e outros de balofo, amorteceu uma boa porção do impacto.

- Oh, imprudência a minha! Todos neste mosteiro sabem que este é o vosso local predilecto para limpardes o orelhamese que por isso é fundamental cruzar esta parte dos claustros com especial cuidado.

- É verdade, meu simpático e anafado companheiro. Mas deixai que vos ajude a levantar. Está na hora das matinas e o Abade é muito rigoroso no que diz respeito à pontualidade.