segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

A música da gente

Sempre que me perguntam de que musica gosto fico a olhar para a pessoa com ar de parvo. Desde há algum tempo passei a responder "qualquer coisa, desde que pareça suficientemente estranha". Não é totalmente verdade, também gosto de música que se poderia apresentar aos pais da namorada sem medo de ser corrido porta fora, mas pelo menos serve de aviso. Invariavelmente, os mais inocentes tentam arrancar-me alguns exemplos. Eu, como sou reles e emproado como poucos, lanço uns quatro ou cinco que de certeza ninguém conhece e a conversa morre ali.

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Recomendações para jovens diletantes:

  • 23 skidoo

Na mesma onda de Cabaret Voltaire e Throbbing Gristle, os 23 Skidoo nasceram em plena época do experimentalismo industrial Britânico pós-punk de início dos anos 80. Tinham um som caracterizado por baixos fortes e bem marcados acompanhados por guitarras ritmicas, ambos a tresandar a funk, combinados com atmosferas estranhas e dissonantes, vocalizações como se estivessem a cantar sem ouvir a música e metais mais soprados do que tocados.

  • a certain ratio

Sim, a música deles é dançável. mas não abusem. imaginem uma discoteca para maniaco-depressivos. Aposto que só passavam ACR. Tal como os 23 Skidoo, agarraram em ritmos próximos do funk, adicionaram-lhe camadas de som industrial (seja lá isso o que for!), vozes desgarradas e disseram ao povo para dançar ao som daquilo. Alguns cairam na esparrela...

  • cabaret voltaire

Electrónica até mais não. Ritmos dançáveis. um ar sinistro e letras a puxar para o surrealismo - de onde, aliás, retiraram o nome do grupo. Estamos muito longe da Macarena...



Para informações a sério podem pesquisar no www.allmusic.com, estão lá todos.


Este blogue também aconselha espreitadelas sem qualquer compromisso a:

Pere Ubu
3 Mustaphas 3
Man Or Astroman
Dick Dale and the Deltoids (se falar em "musiquinha do Pulp Fiction" já são capazes de lá chegar?)

Não estranhem os que nunca ouviram falar deste pessoal. Por mais estranho que pareça existe um mundo para além do que se ouve regularmente nas rádios.

Vá lá, que eu não duro sempre...