quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Aaaaaaaaargh!

Já vos disse que acho a qualidade dos jornalistas e do jornalismo em Portugal baixa? Não tenho a certeza, desculpem lá a pergunta. E sobre sermos provincianos? Bastou aparecerem por cá uns quantos artistas pop, a maior parte dos quais já não será nem artista nem pop dentro de um ano - a má notícia é que aparecem sempre outros para os substituir - e toda a gente fica histérica, desata-se a fazer as perguntas do costume as tais que, por alguma razão estranha, não mudaram desde o início da televisão em Portugal e, ainda mais estranho, os bifes e as bifas respondem como se tivessem ensaiado.

Eu, estúpido e parvito como sou, toda a vida pensei que o objectivo de fazer uma pergunta fosse ficar a saber algo que ainda não soubessemos mas, pelos vistos, estava redondamente enganado.

Parece que, no fim de contas, tudo não passa de um ritual secreto.

Deve haver uma cadeira na faculdade dedicada a perpetuar a herança dos Balsinhas, dos Mensurados, dos Clímacos e dos Fialhos, dos Isidros e dos Durões e de dezenas de outros entrevistadores medíocres. Por outro lado, as agências de viagens no estrangeiro devem dar aos seus clientes VIP um livrinho com o título: "Como Responder A Perguntas Idiotas Em Portugal" - Edição de 1961. O tal que indica frases como: "Gosto muito de Bacalhau", "Os homens são muito giros" ou "Adoro os vossos Pastéis de Nata". A versão brasileira inclui ainda o clássico "Tenho um tio-avô nas Beiras".