domingo, 30 de outubro de 2005

Com um movimento rápido das ancas

Aliás
a inanição
a comovente
história
da inanição

veio de longe
de uma certa demonstração

sudorífera e imprópria.

Após a ignição da dança

temo sentir-me feliz
não ter nada para dizer

se olhaste bem para o espelho
terás visto as minhas mãos
bem firmes em volta do teu pescoço
as minhas pernas movendo-se
em diversos ângulos impossíveis
no sentido estrito da coisa
na direcção insegura do ridículo.


Arregaça vigorosamente a calça
escolhe um local com rigor
prepara-te para mimar
os espasmos do homem santo
os movimentos secretos
da tua loja maçónica
repleta de homens de avental
e
pula mação, pula mação

pula, pula, pula

O apelo à revolta

cala fundo entre as costelas
e da tua falta de vocabulário
do meu sentido de estética
nascerá o sentido apurado da vida
numa embalagem reciclada
com direito a fanfarra
cheia de letras coloridas
anunciada em neons
por toda a parte