No outro dia espalhou-se pelo país com uma velocidade surpreendente um texto sobre os incêndios e o suposto negócio em que se havia transformado.
O texto saiu e foi divulgado com tanta rapidez apenas porque houve uma tentativa de que os canais de televisão deixassem de divulgar imagens de incêndios, coisa que, pelos vistos, apenas se passa com tanta intensidade no nosso país.
As televisões, especialmente a SIC, reagiram atraindo a atenção das pessoas para outro tema.
É uma técnica de contra-informação utilizada frequentemente e que pelos vistos resultou. Já ninguém fala do aproveitamento nauseante que a comunicação social faz dos incêndios, transformando-os num reality show diário, quase sempre num tom histérico sem pudor e com pouca objectividade.
A técnica utilizada para divulgar o texto consiste em espalhar uma notícia atraves da internet como se de um virus se tratasse, aproveitando o hábito irritante que as pessoas têm de passar via e-mail qualquer texto bombástico e/ou dramático sem critério algum.
No marketing, as marcas aproveitaram esta técnica de fazer espalhar algo pela internet e chamaram-lhe exactamente "viral marketing".
Voltando ao texto sobre a "Indústria dos Incêndios", não pretendo fazer juízos de valor sobre a sua veracidade.
O que estou a colocar em causa é a razão e a altura da publicação, pois certamente os factos mencionados já são conhecidos desde 2004.
O que estou a dizer é que, como em muitas situações, não há inocentes.
