Um grupo de amigos - malta dura e rija, bando de extremistas perigosos - disse-me no outro dia, ainda sob o efeito da ressaca nataleira:
"Tu estás a ficar comercial."
Assim. Sem mais nem menos. Como se eu fosse uma banda de rock industrial de repente rendida ao malhão e ao corridinho.
Impedido de responder, com a boca a transbordar de uma tosta mista (sem manteiga sáxavôr) só consegui dizer:
"uh?"
"Sim. É só textos parvos, escritos para toda a gente perceber. Estás a perder o toque."
"O toque rectal?" - disse eu indignado, porque se há coisa que não me podem tirar é a minha visital anual ao médico que me enfia um dedito enluvado pelo rabiosque acima.
"Já não te reconhecemos. Estamos a poderar seriamente deixarmos de ser teus amigos. Sabes, não nos podemos dar com gente que escreve assim. É mau para a nossa reputação."
Eu não tinha ideia alguma de que eles pudessem ter reputação ou coisa que o valha. Eles sempre me pareceram muito esquisitos, gente que não se leva a casa ou se apresenta à família. Aliás, as próprias familias sempre tiveram a mesma opinião e no Natal fecham-nos no quarto das arrumações ou vão para longe sem lhes dizerem nada.
Fui-me embora a matutar no que eles haviam dito. Será verdade? Estou preocupado.
Este coiso aborda essencialmente nada em especial. É rigorosamente imprevisível. Inclui diversas referências ao nicles absoluto e contém níveis elevados de parvoíce. Em dias bons pode encontrar por aqui alguns textos medianamente interessantes sobre cinema, televisão, cultura popular e marketing.
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