Este coiso aborda essencialmente nada em especial. É rigorosamente imprevisível. Inclui diversas referências ao nicles absoluto e contém níveis elevados de parvoíce. Em dias bons pode encontrar por aqui alguns textos medianamente interessantes sobre cinema, televisão, cultura popular e marketing.
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sábado, 31 de janeiro de 2009
Acordem-me quando o Sócras se demitir
Presunção de inocência e tal? Sim. Mas as regras do jogo devem ser estas:
A presunção de inocência só se deve aplicar a cidadãos normais. Pessoas que ocupem posições de poder na sociedade serão julgados e condenados pelos media e pela opinião pública.
É injusto? Pois é. Mas, por outro lado, acaba por ser um método porreiro de incutir uma bem necessária cagufa em quem manda. O receio de perder a posição que se ocupa deve servir de incentivo para não abusar.
O poder é perigoso porque as pessoas humanas - essas loucas - tendem a perder a noção da realidade. É natural, pode suceder com qualquer um. Eu próprio estou proibido pelo médico de ter qualquer tipo de poder porque me transformo no Idi Amin - sem a parte do canibalismo porque sou muito esquisito com a comida.
Por isso, é fundamental que a base qualquer democracia saudável seja um conjunto de sistemas de vigilância e controlo e uma justiça eficaz e independente do aparelho político e partidário - os américas têm isso na constituição, chamam-lhe o sistema de "checks and balances".
Para lá de tudo isto, existe a recusa da presunção de inocência e a condenação em praça pública. Existe uma suspeita? Então tem de sair de jogo e resolver a situação.
É injusto porque a lei deve ser igual para todos? Mas ó alminhas, a lei não é igual para todos! Isso é uma utopia. Um primeiro-ministro ou um banqueiro não são iguais a um trolha da Areosa ou a uma costureira do Vale do Ave. Tentar dizer que sim nestas situações em que é conveniente tresanda a oportunismo.
Mas o que podemos ganhar com a demissão do primeiro-ministro? Isso não vai causar uma crise e instabilidade política? E alternativas?
Na realidade, nada disso é importante. Já estamos em crise portanto, de todas as alturas esta é a que menos danos trará. E o fundamental aqui não é a troca do engenheiro pela avózinha. Ambos são a mesma face de um poder que requer o julgamento dos cidadãos.
O que interessa é estabelecer limites. Mostrar que existem consequências para quem se meter em alhadas. E às vezes, uma bela humilhação pública é melhor que uma pena de prisão.
E se o Sócras for uma vítima inocente? Pois se há que sacrificar alguém, poucos estarão mais bem preparados e apoiados para resistir do que o primeiro-ministro. E é por uma boa causa.
Por isso, acordem-me quando o Sócras se demitir.