sábado, 16 de agosto de 2008

Generation Kill vs. Band Of Brothers (uma crítica que explica muita coisa)


Um texto de Tim Apello no site film.com aborda as diferenças entre a série "Band Of Brothers" de 2003, produção Spielberg/Hanks e a mais actual "Generation Kill" da mesma equipa que produziu "The Wire".

É interessante como as críticas de Apello à série sobre a invasão americana do Iraque são exactamente o que eu considero serem os pontos fortes do tipo de narrativa desenvolvida por David Simon e Ed Burns.

A falta de pistas para o espectador, o carácter dúbio de muitos personagens, a obrigatoriedade de pensar e acompanhar a acção ao pormenor como consequência da tal confusão que Apello refere, são o sal e a pimenta de "Generation Kill" e conferem-lhe um toque de algo a que poderíamos chamar modernidade, por oposição ao formato mais clássico de Band Of Brothers.

Simon e Burns não pretenderam dar uma visão clara da aventura americana na Mesopotâmia. Na Segunda Guerra Mundial todos sabiam porque lutavam. O mal estava bem identificado em Hitler e nos Nazis. Foi possivelmente a guerra mais clara e justa da história da humanidade. No Iraque, nada está bem definido. Nem o inimigo, nem as causas para a guerra. O caos e a falta de clareza são parte integrante da realidade.

Mas o melhor disto tudo, é que são ambas excelentes séries. Só nessa qualidade são comparáveis.