sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Ice

Claro que não. Encostado à ombreira da porta, a olhar para os lençois espalhados, um mapa de rugas, o espaço vazio que nunca ocupaste. À hora de almoço, lembro-me sempre desses dias, no meio das árvores, a comer iogurtes com pedaços, a fazer render o tempo. O passado pertence à secção de ridículos diversos. Vou-me embora assim que esta música acabar. Se calhar volto com a primavera. Ou fico por lá, construo um iglo, faço um buraco muito redondo no gelo e dedico-me à pesca e ao treino de focas. Eu o esquimó. Prometo mandar um postal. Tu prometes não o ler.