segunda-feira, 21 de agosto de 2006

De vez em quando a sorte espreita

De vez em quando sabe bem o tia anica tia anica de loulé em cima de um contentor ferrugento. Respeito a ideia de que a melhor parte das férias está presa numa caixa de pirolitos sem bola. Ao invés. Em redor. Apesar de. A prisioneira feita moura encantada figura nas caixas de fósforos dos casinos de terceira de uma ilhota afastada. E entre as tuas lágrimas, choro de maltrapilho e rosbife entre mares e tempestades, a cor das jóias, lápizazuli, macadamia e mais um monte de italianos. Sabes a cerveja e a tempestade, dobraste os cabos da muito pouca vergonha e cedeste os direitos de actor a um grumete vinte vezes violado por uma vil corja de marujos. Aprendeste para que lado havias de te virar, como sair do país, e colaste um papelito ao frigorifico que dizia: um dia voltarei.No fim de tudo, acabaste com os costados num porão bafiento e fizeste-te dançarino de vão de escada. Gritos e brincadeiras em salas fechadas. Não podes mais, mas dizes que sim a tudo como se fosses um sim-senhor de pacotilha. Bebidas espirituosas ou talvez sejam só meninas de cabaré, saínhas acima da cabeça, coulottes em exposição contínua, para ser uma paráfrase, em si me esbarro. De repente, pára tudo. As máquinas, os copos, as vozes, a música, até o fumo estanca no ar. E tu dizes, como um shakespeareano de tasca: "a minha história é esta". O mundo não pára e tudo cai no chão, de repente, com um enorme estrondo.