quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

El news

Estou a pensar seriamente em criar uma versão deste blog em castelhano. Em princípio irá chamar-se "Señor Esteed".

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Agora a sério, já alguém reparou que o Nilton não tem piada? Se sim, porque razão é que ele passa uma hora a falar na televisão?

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Ler os comentários nos sites do Record e do Correio da Manhã é um exercício divertido. Uma espécie de versão escrita das entrevistas nos notíciários de televisão quando fazem perguntas a esse grupo a que chamam "populares".

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Porque razão é que uma mão anónima deu um estalo num senhor gordo em pleno aeroporto? Quem era o senhor gordo? A quem pertencia a mãozita malandra? Quem são Manduca e Pituca? Não se chamam assim? E o que é que isso interessa?

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Acabei de ler o "Código Da Vinci" e... achei uma bela merda. Deve ser bonzito para quem não sabe peva de história ou não quer saber - estão no vosso direito, eu também não quero saber quem são o Manduca e o Bazaruca. De início, irritou-me o facto de o autor se ver na obrigação de explicar algumas particularidades Europeias aos seus leitores Americanos. Mas depois pensei: "não te chateies, eles precisam mesmo. Afinal, elegeram o Bush e acreditaram que o Iraque tinha armas de destruição em massa..."

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Muito interessante o facto de termos visto Mário Soares a comer um pastel de nata no meio de um entrevista informal para a SIC. Acho que todos ficámos mais descansados por saber que ele ainda consegue acertar com um bolo dentro da boca sem auxílio.

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Ontem à noite, antes de adormecer, pus-me a pensar no que me disse o Alcino, o arrumador de carros da João Crisóstomo. Acho que já escrevi aqui que acho o homem um génio, um ser íntegro, que prefere arrumar carros a sujeitar-se às convenções da sociedade e que escolheu assoar-se às mangas do casaco a sacrificar os seus ideais. Dizia-me ele, na véspera de Ano Novo: "Sabes, ó engravatadinho..." - ele trata-me assim, por engravatadinho - "já li muitos livros, não os suficientes mas mesmo assim muitos, leio à noite à luz de uma vela. Lixa-me a vista, mas eu só gosto de ler assim. A luz eléctrica dá cabo das narrativas, pá. Desfaz a poesia num pó fininho que se mete nos pulmões. Corroi as biografias e transforma-as em barras de ferro ferrugentas. Mas dizia-te eu que já lí muitos livros e em nenhum deles consegui saber para que lado fica a soberba intermitência das almas."
Fiquei a matutar naquilo durante horas. Finalmente, quando a ameaça do despertador estava próxima e o sol começava a nascer, descobri. Aquilo que o Alcino me disse, não queria dizer rigorosamente nada. Adormeci satisfeito e cheguei duas horas atrasado.