nesse mar
tudo ilude
eleva
e deixa cair
tudo revela
tudo esconde
num vento frio
numa sirene
em noites passadas num beiral
a olhar para baixo
à espera
cruzamos-nos com os reflexos
com as manchas de óleo espalhadas na rua
as luzes dissolvidas nos fumos dos escapes
pensamos
nos limites que temos
nas falhas que evitamos
envergonhamos-nos
ficamos calados
em fila única
com o olhar vago
e uma senha numerada
pendendo das mãos sem força