Mano Djambé saiu de suburbio pela manhã. Bem vestido, roupa de marca, Mano Djambé sabe escolher, impressiona as mulheres. Ao chegar ao centro da cidade, Mano Djambé, de repente, começa a gritar contra o racismo, punho fechado no ar, gritando, gritando. As pessoas todas olharam para o negro bem vestido, de ar moderno, as mulheres suspiraram, perdidas de amores pelo galã africano. Mas o mano, não liga para elas, continua a berrar contra o racismo que faz dele um cidadão de segunda, contra a falta de oportunidades, contra a descriminação, a exploração, a escravatura, o cinismo da sociedade que diz que não, que não é racista, que até gosta de preto. Mano Djambé gritou até uma pequena multidão reunir à volta dele. Então, um patrício, um mais velho, de cabelo grisalho, disse para ele baixinho ao ouvido:
"Mano Djambé, estás fora de moda. Essas coisas que tu falas, que tu berras, já não se usam, é coisa do passado."
Mano Djambé, olhou o velho, bem fixo, directo, como o homem honesto que é. Baixou o punho lentamente e voltou para casa, envergonhado.
No dia seguinte, voltou ao trabalho no Banco e à noite foi ao cinema com a namorada, Belinha, mulata bonita de morrer.