Os médicos abominam séries passadas em hospitais. Desprezam essa obra-prima que dá pelo nome de "Dr. House" e são incapazes de rir do sketch da máquina que faz "Bing!".
Os advogados embirram com o "Lei e Ordem" e passam a vida a repetir - as if we cared - que aquilo não tem nada a ver com a justiça portuguesa. Compreendemos. Se tivesse algo a ver, cada episódio duraria seis horas e teria menos acção do que um documentário sobre secagem de tinta acrílica em superfícies rugosas.
Os profissionais de marketing, publicidade e comunicação, porém, adoram a série que retrata a sua profissão com requintes de malvadez. Não têm qualquer problema em identificar-se com personagens e situações. Ou admitir que as situações mais inverosímeis são mesmo passiveis de acontecer. Sim, a malta anda a papar-se toda. Sim, fumam-se charros no escritório. Sim, é possível que alguém veja o seu pé decepado enquanto uma secretária alcoolizada conduz um cortador de relva escritório dentro.
É por estas e por outras, my droogs, que nós, marqueteiros, publicistas e relacionistas públicos, somos tão insuportavelmente superiores ao resto do mundo.
And if you don't like it you can kiss my nicely packaged and beautifully branded ass.
